sábado, 5 de dezembro de 2009

Poema simbolista

Que bom se eu fosse aquêle labrador,
que eununca pude ser e que eu não sou,
que depois de lavrar os campos, flor, centeio, milho e trigo semeou...

Esse trabalho nunca lhe amargou,
mas à hora doce e triste de sol-por,
tanta canseira o pobre desfolhou,
tanto fez, que semeou a própria dor...

e oh! que amargura, quando a noite vem,
toda dum roxo frio de lilás...
quem dera ser o lavrador, porem!

entrar em casa, a mesa posta, os seus
em derredor, a consciencia em paz,
e tudo em paz, ouvado seja Deus!